Redação O Acre Notícia – 28 de janeiro, 2019
Do dia 1 de
janeiro até às 0h deste domingo, 27, vinte e cinco pessoas foram mortas
violentamente no Acre, a maioria, ainda, oriunda da guerra entre as facções
Comando Vermelho e Bonde dos 13 que travam uma disputa pelo controle do tráfico
de drogas e armas na região da fronteira.
Apesar dos
números assustarem, a quantidade de assassinatos é bem menor do que todo o
período do mês de janeiro de 2018, quando 45 mortes foram registradas no
Estado, sendo considerada naquela época como o mês mais violento da história.
Em 2017, 44 pessoas foram mortas no mesmo período.
O mês de
janeiro estava até então sendo considerado atípico pelas autoridades da
Segurança Pública, registrando mortes classificadas como “pontuais”, mas na
última sexta-feira, 25, as organizações criminosas deram um recado demonstrando
força ao matarem três pessoas e ferirem mais três a bala. Já neste sábado, 26,
mais um foi morto e outro foi baleado. A tendência é que esse tipo de crime se
intensifique com o passar dos dias, disse uma fonte ligada a Segurança Pública
ao ac24horas
Entre os
anos de 2015 a 2018, mais de 1.400 pessoas foram assassinadas violentamente em
todo o Estado do Acre. De acordo com levantamento feito por ac24horas e
confirmado pela Secretaria de Segurança Pública, a maioria dessas mortes são de
execuções ligadas a guerra entre as facções.
Nesse
período de quatro anos, o ano mais violento foi 2017 com 504 mortes violentas,
sendo 323 confirmadas pelas autoridades como execuções. O segundo ano mais
violento, foi o de 2018, que segundo dados da Sesp, registrou 392 mortes, sendo
que 285 tidas como execuções. Já em 2016, foram registradas 350 mortes e em
2015, 160. Somando todas essas mortes e dividindo pelos quatro últimos, a média
de mortes violentas no Acre fica na casa dos 351 por ano.
Em agosto do
ano passado, o Acre foi destaque do Anuário da Segurança Pública, desenvolvido
pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, quando mostrou Rio Branco como a
capital mais violenta do Brasil proporcionalmente. Em 2017, a taxa de
homicídios na cidade foi de 83,7 assassinatos para cada 100 mil habitantes. A
capital acreana superou até mesmo cidades do Nordeste que há décadas não
perdiam o status das mais violentas, como Maceió e Fortaleza.
De 2016 para
2017 o crescimento da taxa de mortes em Rio Branco foi de 35,5%. Entre os
estados, Acre e Ceará também dividem o topo dos mais violentos do país. Assim
como entre as capitais, o Acre supera o Ceará.
Em 2017, a
taxa de homicídios acreana foi de 63,9 assassinatos para um conjunto de 100 mil
habitantes –aumento de 41% na comparação com 2016. Essa elevação colocou o
estado como o segundo mais perigoso entre os 27 pesquisados. O campeão foi o
Rio Grande do Norte, com 68 homicídios para 100 mil moradores. A terceira
posição é do Ceará – 59,1 assassinatos/100 mil.
ac24horas
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