Acre

Acre foi o estado com a maior taxa de mulheres assassinadas do país em 2018

Redação O Acre Notícia – 08 de março, 2019

No ano passado, o estado registrou 14 casos de feminicídio. No total, 35 mulheres foram vítimas de homicídios dolosos no estado

O Acre foi o estado com a maior taxa de feminicídio do país em 2018. Foram 3,2 assassinatos para cada 100 mil mulheres. É o que aponta um levantamento do Monitor da Violência, uma parceria do G1 com o Núcleo de Estudos da Violência da USP e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, publicado nesta sexta-feira (8), Dia Internacional da Mulher.

No ano passado, o estado registrou 14 feminicídios, ou seja, casos em que mulheres foram mortas em crimes de ódio motivados pela condição de gênero.

Considerando todos os homicídios dolosos de mulheres (que incluem outros casos além dos de feminicídio), o número chegou a 35. Neste caso, a taxa do estado é a terceira maior do país, de 8,1 mortes a cada 100 mulheres, apenas atrás de Roraima (10) e Ceará (9,6). Os dados são da Secretaria de Segurança Pública do Acre.

Um dos casos investigados como feminicídio é o de Guiomar Rodrigues, de 34 anos. Ela trabalhava em uma panificadora em Rio Branco e foi achada morta por estrangulamento, em dezembro do ano passado, em uma área de mata.

O principal suspeito do crime é o sargento da Polícia Militar do Acre da reserva José Eronilson Brandão, de 51 anos, com quem ela tinha um relacionamento extraconjugal. O crime teria sido motivado, segundo a polícia, porque a vítima descobriu que estava grávida. Ele está preso em Rio Branco e nega o crime.

Em Rio Branco, a Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHH) é quem investiga os casos de feminicídio. O inquérito que investiga a morte de Guiomar ainda não foi fechado, porque a polícia aguarda os laudos relativos ao local do crime e análise de objetos encontrados na área.

“A gente pediu mais um mês e, a cada 30 dias, vai se renovando esse pedido, até que a gente conclua e tenha todos esses laudos em mãos. Esse caso deu bastante trabalho, mas toda parte de testemunhas, de oitivas do próprio acusado já estão concluídas. A gente aguarda só os laudos”, informou o delegado Martin Hessel.

A previsão é de que os laudos sejam concluídos até a próxima semana para ser encaminhado à Justiça e o Ministério Público possa fazer a denúncia.

Durante a oitiva, segundo o delegado, não houve confissão do crime, mas o suspeito confirma o relacionamento. “Em razão disso, a gente procurou provas mais técnicas e conseguimos trazer muitas provas técnicas para dentro do inquérito. Ele confirma a relação e no meio deles isso era sabido por várias pessoas”, afirma Hessel.

Feminicídio

O caso de Guiomar foi enquadrado como feminicídio por causa da relação que ela mantinha com o acusado. “E pelo fato também da gravidez que ele é apontado como genitor dessa criança e por essa relação de proximidade entre os dois, por isso se enquadra dentro da qualificadora do homicídio”, diz.

O delegado explica que a investigação do feminicídio segue a metodologia de um crime de homicídio. “Normalmente nos casos de feminicídio há uma relação de proximidade entre o agressor e a vítima, uma relação de confiança entre as partes e isso coloca normalmente a mulher como a parte vulnerável da relação. Quando ocorre essa proximidade a investigação procura trazer esses fatores para dentro do inquérito”, complementa.




Via - G1/AC

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