Redação O Acre Notícia, 25 de abril 2019
Os delegados
de Polícia Civil Cleylton Videira, Karlesso Nespoli e Sérgio Lopes,
aproveitaram uma apresentação de apressão de drogas para mandar um recado duro
ao governador Gladson Cameli. A insatisfação é decorrente da extinção da
Secretaria de Polícia Civil que deve fazer parte do pacote da reforma
administrativa enviada ao governo para a Assembleia Legislativa.
O presidente
da Associação dos Delegados de Polícia Civil (Adepol), Cleylton Videira, disse
que o grande prejuízo é da população. “Para a instituição o prejuízo é grande,
mas é muito mais da população acreana que sofre todos os dias com o avanço das
formas brutais de crime contra a vida, do tráfico de drogas com famílias sendo
consumidas porque os filhos ou entram na traficância ou no consumo. Com essa
mudança vamos ter que bater na porta de outra Secretaria para ter condições de
realizar uma simples operação no interior, por exemplo. O nosso medo é que se
perca a agilidade nas investigações e a garantia do sigilo”, afirma o delegado.
Uma outra
reclamação é sobre a retirada do controle do Guardião, equipamento de escuta
telefônica, para a Secretaria de Segurança Pública. “A retirada da nossa
ferramenta de investigação que já foi requerida mais de uma vez pelo governo
atual vai trazer ainda mais prejuízos à investigação. Nós não vamos mais
garantir sucesso nas investigações que dependam dessa ferramenta. Investigações
qualificadas que já levaram a desbaratar organizações criminosas, mas que
também contribuíram para descobrir crimes contra a administração pública no
estado e no município. O que vemos é uma ingerência nas ações investigativas da
Polícia Civil do Acre”, afirmou Cleylton.
O motivo
para rebaixar o status de Secretaria da Polícia Civil teria como razão aspectos
financeiros, já que voltando a ser departamento economizaria recursos públicos.
O delegado Sérgio Lopes discorda. “A Secretaria de Polícia Civil é toda ocupada
por servidores efetivos. Esse discurso é vazio. Gostaríamos que fossem
apresentadas as razões e que mostrassem o quanto se economizaria com essa
mudança. Quanto ao guardião, indo para a Secretaria de Segurança Pública ele
vai ser gerido por pessoas que não pertencem a Polícia Civil. Em tese, as
investigações serão controladas por outras pessoas, o que é um grande prejuízo
para a população”, destaca.
O
vice-presidente da Adepol, delegado Karlesso Nespoli afirmou que há outra
preocupação de que a perícia estaria saindo da Polícia Civil para a Segurança
Pública. “Se tira o Guardião, depois tira a perícia que é outra ferramenta
investigativa, o que vai nos restar? Por isso estamos entregando ao governador
um documento técnico para que possamos sentar com ele para não modificar a
autonomia e não deixar que essas ferramentas saiam da Polícia Civil”.
via-ac24horas
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