Por redação - O Acre Notícia, 26 de junho 2019
O relator do
projeto de abuso de autoridade no Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG) confirmou ao
blog que seu parecer está pronto e será votado nesta quarta-feira (26) na
Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado.
A presidente
da CCJ, senadora Simone Tebet (MDB-MS), afirmou à reportagem que houve um
acordo durante reunião de líderes nesta terça-feira (25), e o relatório será
lido com alterações. Em seguida, irá à votação.
Nesta manhã,
o procurador da República Deltan Dallagnol, que coordenou a força-tarefa da
Lava Jato, disse nas redes sociais que o projeto, se aprovado, pode ser um
"grande retrocesso" no combate à corrupção, por haver
"pegadinhas" no texto.
Entre as
pegadinhas, segundo Deltan, estaria a possibilidade de o "investigado
investigar e acusar o próprio investigador".
O senador
Rodrigo Pacheco rebateu a postagem do procurador. Questionado pelo blog,
afirmou que ouviu procuradores e juízes, que seu relatório é técnico e que visa
punir excessos de juízes e procuradores.
"Não
tem pegadinha, o projeto pune excessos. Ele deve estar se referindo
genericamente a possibilidade de juiz ou MP ser responsabilizado por abuso. E
Senado e Câmara claramente já se posicionaram a favor do projeto de abuso de
autoridade, dos excessos", afirmou Rodrigo Pacheco.
Segundo o
senador, o cerne do projeto está mantido - como a criação do crime de caixa 2 e
o aumento de pena para crime de corrupção, tornando-o hediondo em alguns casos.
Assim como o
presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), Pacheco negou que o projeto
tenha sido ressuscitado como reação à divulgação das mensagens entre
procuradores da Lava Jato e o ministro Sergio Moro, pelo site The Intercept. As
mensagens divulgadas sugerem que Moro orientou os procuradores durante
processos da Lava Jato, quando ele era juiz em Curitiba.
Pacheco
disse que a crítica de Deltan é "desonestidade intelectual", e não
prevê, por exemplo, punições a juízes que orientarem a acusação.
Se for
aprovado na CCJ, o projeto vai ao plenário do Senado. Depois, segue para a
Câmara dos Deputados.
via-G1
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