Por redação - O Acre Notícia, 18 de junho 2019
Zenil Chaves
acredita que o desperdício pode ser ainda maior nas residências e que, por
isso, o essencial seria a conscientização das pessoas
Um dos
problemas característicos do período de verão amazônico, a falta d’água nas
casas, pode ter causa que não está, exatamente, relacionada à captação no Rio
Acre, devido à seca, como se pensa, mas ao desperdício que, segundo estima o diretor-presidente
do Departamento de Estadual de Pavimentação e Saneamento (Depasa), Zenil
Chaves, chega a 60% da água captada, tratada e distribuída na cidade de Rio
Branco.
“O verão
chegou e o consumo de água aumenta mais. Nós tivemos alguns problemas na
captação, mas hoje está mais tranquilo. Porém nosso maior problema é o
desperdício pois a quantidade de água que estamos mandando para a cidade é para
sobrar. Dá para quase 1 milhão de pessoas”, disse garantindo que o sistema de
distribuição está normalizado.
Segundo o
diretor, são distribuídos mais 1 mil litros de água por segundo. “Estamos
trabalhando com uma vazão de 560 litros na ETA I e 820 litros na ETA II. Isso
dá 1380 litros de água por segundo”, disse ele acrescentando que mesmo com
algum problema que tenha na captação, não era para faltar água.
Zenil Chaves
avalia ainda que apesar de haver algumas dificuldades, como queda de energia
que acaba prejudicando o abastecimento, não é esse o problema. “No inverno nós
tínhamos quatro bombas, agora estamos trabalhando com cinco e temos a bomba
reserva, mas conseguimos captar água para depositar no lago e de lá ‘jogar’
para a ETA [Estação de Tratamento de Água].”, explicou.
Segundo ele,
o órgão está planejando uma solução definitiva, mas é a longo prazo. “É preciso
buscar onde está o problema. Estamos fazendo um estudo para detectar onde está
o problema de água não chegar nos bairros. Temos certeza que temos muitas
adutoras com vazamento, perca de água por canos quebrados que ao invés de ir
para cima podem estar escoando para o sistema de drenagem e não estamos
percebendo.”, acrescentou.
Chaves
acredita, porém, que o desperdício pode ser ainda maior nas residências e que,
por isso, o essencial seria a conscientização das pessoas. “Ao receber a água e
abastecer suas caixas, depois de cheia é preciso que fechem o registro ou
coloquem uma boia porque parte dessa perca é dos usuários. Tem bairro que
recebe água durante 12 horas por dia e detectamos em muitos lugares água
escoando pelos meios fios, nas ruas e isso é prejudicial para quem está no
final da rede. Se a pessoa enche sua caixa em duas horas e deixa 8 ou 10 horas
derramando ela está comprometendo pelo menos mais 4 ou 5 pessoas.”, disse.
Uma das
ações que o Depasa está planejando para resolver o problema é colocar
hidrômetros na rede de adutoras. “Estamos com um projeto de hidrometrar as
redes grandes, as adutoras para saber qual a vazão que realmente está chegando
nos bairros e a partir daí detectar os vazamentos. Para o abastecimento
melhorar, estamos trabalhando para amenizar a perca de água para chegar em
todos os bairros, inclusive os mais distantes e os da parte alta da cidade onde
precisa de maior vazão. A solução definitiva só virá quando evitarmos a perca.
Queremos aproveitar o verão, que é o momento propício para isso.”, concluiu.
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