Por redação - O Acre Notícia, 27 de setembro 2019
Pacientes
estariam tomando ciclosporina em dosagem menor para não ficar sem o remédio.
Saúde confirma que está em falta as dosagens de 50 e 100 miligramas.
Há três
meses, pacientes transplantados de Rio Branco estão sem receber um tipo de
remédio que tomam no tratamento. O medicamento seria o ciclosporina de 50 e 100
miligramas, entregue aos pacientes pela Secretaria de Saúde do Acre (Sesacre).
O
farmacêutico do Centro de Referência em Medicamento da Secretaria de Saúde do
Acre (Sesacre), Hugo Pereira, confirmou que a medicação ciclosporina está em
falta nas dosagens de 50 e 100 miligramas, mas que os pacientes estão sendo
orientados a voltarem nos seus médicos e pedirem a adaptação do tratamento para
o de 25 miligramas.
“Nós
possuímos somente a de 25, tínhamos a de 100 e de 50 miligramas, mas o volume
do consumo foi maior e acabou que essas duas representações faltaram. No
entanto, os pacientes que precisam dessa medicação podem solicitar ao médico
para que ele recalcule a quantidade, mande um relatório, que fazemos essa
dispensação. Nós só não temos autonomia de fazer de imediato, mas se o médico
concordar, com o estoque que possuímos, vamos atender”, informou o
farmacêutico.
Sobre a
azatioprina, Pereira afirmou que o remédio chegou a faltar no final do mês de
julho, mas que em agosto já voltou a ser distribuído normalmente.
“Ocorreu sim
a falta, mas não tivemos sequer 30 dias de desabastecimento total dessa
medicação. De fato, o ideal é que não ocorra nenhum dia, mas devido a vários
motivos administrativos e de logística, pode acontecer. No entanto, esse
medicamento está aqui, todos os pacientes que fazem uso podem se dirigir ao
centro de medicamento, mas precisa apresentar a receita e o laudo”, concluiu.
Há seis anos
Antônio dos Santos, de 50 anos, toma o remédio de ciclosporina de 50
miligramas. Na segunda-feira (23), o paciente não tinha mais o remédio e passou
mal. Ele passou a tomar o medicamento de 25 miligramas para não ficar sem.
“Tem mais de
três meses que falta o de 50 miligramas e nem falam nada. E o de 25 miligramas
disseram que está acabando, não sabemos nem o que vamos fazer”, confirmou.
Com dores,
Santos foi ao médico e pediu uma receita para tomar o remédio na dosagem menor.
O paciente fez transplante de rim e diz que os profissionais da saúde não dão
um posicionamento de quanto vai voltar a ter o remédio.
“Comecei a
tomar ontem à tarde, fiquei sem tomar por dois dias. Já estava me sentindo mal,
fico com dor na cirurgia, nos rins, dá umas pontadas e fui ao médico. Nunca
tinha ficado sem o remédio. Não podemos ficar sem, podemos perder o rim”,
lamentou.
Associação
O presidente
da Associação dos Pacientes Renais Crônicos e Transplantados do Acre, Wanderli
Ferreira, falou que alguns pacientes pegam o remédio com conhecidos para não
ficarem sem.
“Tem vários
transplantados que tomam esse remédio, já outros tomam só a azatioprina. São
vários tipos de remédio, tem paciente transplantado de rim que toma e de doença
autoimune”, contou.
Ferreira foi
informado que a Sesacre tem o dinheiro disponível para comprar o remédio, mas
estaria tendo dificuldades com a empresa responsável.
“Disseram
que tem dinheiro, mas a burocracia não deixava. Tem uma questão de empresa para
chegar aqui, é sempre a mesma desculpa”, criticou.
Grupo de
transplantados e pacientes renais fez ato de conscientização sobre a doação de
órgão em Rio Branco — Foto: Reprodução/Rede Amazônica AcreGrupo de
transplantados e pacientes renais fez ato de conscientização sobre a doação de
órgão em Rio Branco — Foto: Reprodução/Rede Amazônica Acre
Grupo de
transplantados e pacientes renais fez ato de conscientização sobre a doação de
órgão em Rio Branco — Foto: Reprodução/Rede Amazônica Acre
Ação de
conscientização
Um grupo de
transplantados e pacientes renais se reuniu, nesta sexta-feira (27), no Centro
de Rio Branco em um ato de conscientização sobre a importância da doação de
órgãos.
Com faixas e
camisetas lembrando o Setembro Verde, o grupo fez panfletagem no semáforo em
frente à Biblioteca Pública de Rio Branco.
“Hoje viemos
aqui para fazer uma campanha de conscientização de órgão. Hoje é o Dia Nacional
de Conscientização sobre a Doação de Órgão, que ainda é um tabu para a
população acreana. Muitas pessoas pensam que o ente querido vai ser mutilado,
mas não é dessa forma”, disse o presidente da associação.
(g1)
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