Ativista cultural promove edição extra do Festival da Canção Cruzeirense "resgate histórico"

 O Acre Noticia - Por Jocivan Santos 

Próximo dia 20 de agosto acontece no teatro dos Nauas em Cruzeiro do Sul, uma edição especial do Festival da Canção Cruzeirense, esse famoso festival marcou época e gerações na década de 80 e inicios dos anos 90 no vale do Juruá.

O Festival da Canção Cruzeirense teve a sua primeira edição em 1980 e se prolongou até o ano de 1.991, sob a coordenação de Mariano Maciel; sendo que os dois últimos contaram com a colaboração e a participação do professor Edvaldo Magalhães.

O festival surgiu a partir da grande participação popular no programa de calouros ”Domingo é Dia de Show”, apresentado aos domingos pela manhã no Clube Juruá, com a participação de artistas locais e distribuição de prêmios. O programa era transmitido pela pioneira rádio “A voz dos Náuas”, com alto índice de audiência.

A agora, Egino Costa que foi uma das vozes marcante do Festival da Canção Cruzeirense, traz de volta uma edição especial e histórica que vai reunir outros nomes da musica do vale do Juruá, que também fizeram sucesso no festival.

Em 1988  Egino Costa ficou em segundo lugar no festival, com música Rolo Compressor do professor Edvaldo Magalhães. Em 1989 ficou em primeiro lugar no festival de Cruzeiro do Sul e do vale do Juruá, com a música pra Pescar o Luar, e em segundo lugar no mesmo festival, com a música Porvir, as duas composições também de Edvaldo Magalhães.

Egino Costa lembra que os primeiros festivais eram acompanhados pela banda Embalo Cinco, que eram dos filhos do Duval, “eram o Carlito, o Raimundinho, o Zezinho, o Chico, e depois foram se formando bandas, tinha os The Kings que era do Clóvis da Benigna, tinha o Eules, o Eules participou da banda The Kings e depois The Black Lions do Magide, e ai era Eules, Pipoquita, o Boca o Mocego, tinha uma galera boa que depois foram formando bandas e eu acompanhava os festivais” disse.

Egino lembra também que era uma época que não tinha incentivo do estado ou prefeitura, “o festival era uma iniciativa da juventude que ia pra cima, pedia nos comércios tinta e tecido pra fazer painel de fundo”.   

“Passavam noites e mais noites na varanda do Samambaia pitando painéis, e organizavam mesmo, falavam com donos de caminhão pro carro servir de palco, falavam com as bandas, e ai no final cobravam aquele ingresso que ajudava a pagar a premiação e o custo, a questão de uma gorjeta pra banda da uma gorjeta pra galera do caminhão, galera do som, tundo era no talento mesmo – tinha esse negócio de fomento não, até brinco a galera de antigamente não tinha nada e fazia tudo, hoje a galera tem tudo e não faz nada” concluiu.

Egino Costa teve amplo destaque dentro dos festivais da canção no Vale do Juruá, e logo foi convidado pra cantar em bandas locais de sucesso na região.

O evento a ser realizado próximo dia 20 de agosto do teatro dos Nauas, tem apoio da prefeitura de Cruzeiro do Sul através da lei de incentivo à cultura do município, que  através do empenho  do secretário de cultura Aldemir Maciel, tem buscado fazer esse resgate cultural da sociedade cruzeirense.

Por tanto o evento é tido como um resgate a memoria dos antigos festivais da canção da década de 80, através de projeto cultural apresentado por Egino Costa. Agora o músico e interprete conta com um seleto time de apoiadores e até patrocinadores. A produção é de Charles André Rosas Cavalcante, um renomado produtor cultural da região.

Alguns artistas daquela época irão se apresentar, como forma de relembrar um tempo de muita nostalgia, deixado por aqueles que um dia tiveram atitude e ousaram sonhar. Mais acima de tudo construíram uma identidade, um legado cultural que atravessou décadas.