O juízo da 1ª Vara Federal do Acre acolheu parcialmente
os pedidos do Ministério Público Federal e condenou a 14 anos de prisão, por
tráfico internacional de drogas, o boliviano Jesus Einar Lima Lobo Dorado,
conhecido como “Dom Pulo”.
Desde 2017 o MPF havia pedido e conseguido ordem para a
prisão preventiva e extradição do traficante, porém a polícia boliviana só
cumpriu a prisão em setembro de 2019, e desde então ele esteve em prisão
domiciliar em Santa Cruz de la Sierra, até maio deste ano, quando o governo
boliviano efetivou a extradição do acusado para o Brasil, onde poderia ser
julgado pelos crimes aqui cometidos. Dom Pulo está, desde maio, em prisão
preventiva em presídio de segurança máxima em Campo Grande (MS).
Ao determinar a extradição de Jesus Einar, as autoridades
da Bolívia chegaram a dizer que ele seria herdeiro de Pablo Escobar, em razão
da forte participação de seu grupo no narcotráfico, sendo considerado, por
eles, rival à altura do cartel colombiano liderado por Escobar.
Jesus Einar foi denunciado por ceder aviões para o
transporte de drogas para o Brasil, em um esquema onde o bando do qual fazia
parte arrendava fazendas em região fronteiriça e construía pistas de pouso
clandestinas com a finalidade de pousar os aviões, de propriedade de Jesus
Einar, carregados com a cocaína originária da Bolívia e Peru.
Na sentença, a juíza responsável pelo processo ressaltou
que o inquérito policial, que deu suporte à ação penal, foi instaurado a partir
de relatórios de informação do Grupo de Inteligência da Polícia Federal no
Estado do Acre, quando foram
apresentados fortes indícios do envolvimento de uma organização criminosa com o
recebimento, armazenamento e transporte de generosas quantidades de cocaína
provenientes de alguma região fronteiriça do Estado do Acre com a Bolívia ou
Peru para outros Estados da Federação, na qual a cabeça da organização seria
Valéria Silveira da Cruz, brasileira já conhecida da PF como traficante de
drogas e que residia em Rio Branco, capital do Acre.
Além de Valéria, outros envolvidos no caso já foram
denunciados pelo MPF e condenados pela JF, o caso de Jesus Einar foi
desmembrado em razão de particularidades como sua nacionalidade e residência em
país estrangeiro.
“Dom Pulo” é acusado, ainda, de participação em outro
caso de apreensão de mais de 200kg de cocaína em uma cidade no interior do Acre,
com o mesmo modo de operação. Apenas nestes dois casos soma-se mais de meia
tonelada de drogas que seriam distribuídas para diversos estados brasileiros.
O traficante deverá cumprir a pena em regime inicialmente
fechado, e não poderá apelar da decisão em liberdade. Ele ainda foi condenado a
pagar 1400 dias-multa, no valor de 1/30 do salário mínimo mensal vigente no
Brasil à época dos fatos, por cada dia multa.
( via Altino Machado )
0 comments:
Postar um comentário