A dengue é
uma doença febril aguda, sistêmica, dinâmica, debilitante e autolimitada. A
maioria dos doentes se recupera, porém, parte deles podem progredir para formas
graves, inclusive virem a óbito.
A quase
totalidade dos óbitos por dengue é evitável e depende, na maioria das vezes, da
qualidade da assistência prestada e organização da rede de serviços de saúde.
Todo
indivíduo que apresentar febre (39°C a 40°C) de início repentino e apresentar
pelo menos duas das seguintes manifestações - dor de cabeça, prostração, dores
musculares e/ou articulares e dor atrás dos olhos – deve procurar imediatamente
um serviço de saúde, a fim de obter tratamento oportuno.
No entanto,
após o período febril deve-se ficar atento. Com o declínio da febre (entre 3° e
o 7° dia do início da doença), sinais de alarme podem estar presentes e marcar
o início da piora no indivíduo.
Esses sinais
indicam o extravasamento de plasma dos vasos sanguíneos e/ou hemorragias, sendo
assim caracterizados:
Dor
abdominal (dor na barriga) intensa e contínua;
Vômitos
persistentes;
Acúmulo de
líquidos em cavidades corporais (ascite, derrame pleural, derrame pericárdico);
Hipotensão
postural e/ou lipotímia;
Letargia
e/ou irritabilidade;
Aumento do
tamanho do fígado (hepatomegalia) > 2cm;
Sangramento
de mucosa; e aumento progressivo do hematócrito.
Passada a
fase crítica da dengue, o paciente entra na fase de recuperação.
No entanto,
a doença pode progredir para formas graves que estão associadas ao
extravasamento grave de plasma, hemorragias severas ou comprometimento de grave
de órgãos, que podem evoluir para o óbito do indivíduo.
Todas as
faixas etárias são igualmente suscetíveis à doença, porém indivíduos com
condições preexistentes com as mulheres grávidas, lactentes, crianças (até 2
anos) e pessoas > 65 anos têm maiores riscos de desenvolver complicações
pela doença.
Sobre a
doença
A dengue faz
parte de um grupo de doenças denominadas arboviroses, que se caracterizam por
serem causadas por vírus transmitidos por vetores artrópodes. No Brasil, o
vetor da dengue é a fêmea do mosquito Aedes aegypti (significa “odioso do
Egito). Os vírus dengue (DENV) estão classificados cientificamente na família
Flaviviridae e no gênero Flavivirus.
Até o
momento são conhecidos quatro sorotipos – DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4 –,
que apresentam distintos materiais genéticos (genótipos) e linhagens.
Aspectos
como a urbanização, o crescimento desordenado da população, o saneamento básico
deficitário e os fatores climáticos mantêm as condições favoráveis para a
presença do vetor, com reflexos na dinâmica de transmissão desses arbovírus.
A dengue
possui padrão sazonal, com aumento do número de casos e o risco para epidemias,
principalmente entre os meses de outubro de um ano a maio do ano seguinte.
Todas as
faixas etárias são igualmente suscetíveis à doença, porém as pessoas mais
velhas e aquelas que possuem doenças crônicas, como diabetes e hipertensão
arterial, têm maior risco de evoluir para casos graves e outras complicações
que podem levar à morte.
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