BRASIL

Violência contra jornalistas no Brasil teve redução em 2023, após o governo Bolsonaro. Situação ainda é preocupante diz relatório

 por Redação

Os números absolutos da violência contra jornalistas no Brasil apontam para uma queda signicativa das agressões, no ano de 2023. Foram 181 casos,ante os 376 registrados em 2022.

O decréscimo de 51,86% foi consequência direta da ainda mais signicativa retração no número de casos de duas categorias de violência: a Descredibilização da imprensa e a Censura, ambas inadas em 2022 (e nos três anos anteriores), por ação do ex-presidente da República Jair Bolsonaro.

No ano de 2022, a Descredibilização da imprensa, que foi uma estratégia adotada por Bolsonaro em seu governo, foi a violência mais frequente. Foram 87 casos de ataques genéricos e generalizados (23,14% do total), que buscaram desqualicar a informação jornalística. Em 2023, com Bolsonaro fora do governo, ocorreram sete casos, uma queda de 91,95%, na comparação com o ano anterior.

Do mesmo modo, os casos de censura tiveram uma retração de 91,53%, em 2023, tendo sido registrados cinco casos, enquanto, em 2022, foram 59. Esta signicativa queda está diretamente relacionada ao m da prática de censura na Empresa Brasil de Comunicação (EBC), estabelecida no governo Bolsonaro e encerrada no atual.

Ainda assim, a realidade cotidiana do trabalho dos jornalistas permanece preocupante. As agressões à categoria e ao Jornalismo continuam e, em determinadas categorias de violência, até cresceram signicativamente em 2023.

Tiveram crescimento os casos de Cerceamento à liberdade de imprensa por meio de ações judiciais e de Violência contra a organização dos trabalhadores. As ações/decisões judiciais e/ou inquéritos policiais subiram de 13 para 25 casos, um aumento de 92,31%, na comparação com 2022. Já a violência contra os sindicatos e os sindicalistas aumentou 266,67%, passando de três para 11 casos, na mesma comparação.

Para poder expressar a complexidade da violência contra os jornalistas, também foram criadas, em 2023, as categorias LGBTfobia/transfobia e Perseguição. Houve três ocorrências de ataques transfóbicos e um ataque homofóbico. E houve uma situação de perseguição a um jornalista, por meio de variadas ações, de um mesmo agressor, com o objetivo de impedi-lo de trabalhar.

A categoria das Ameaças / hostilizações / intimidações foi a violência mais frequente, em 2023. Foram 42 casos (23,21% do total), mesmo com a queda de 45,45%, em comparação com 2022, quando foram registradas 77 ocorrências. Ela foi seguida de perto pelas Agressões físicas, com 40 episódios (22,10% do total), nove a menos (18,37%) do que os 49 do ano anterior.

As Agressões verbais somaram 27 casos (14,92%). Na comparação com 2022, houve um decréscimo de 41,30%, com 19 episódios a menos. Na sequência, foram registrados 13 casos de Impedimentos ao exercício prossional. Como em 2022, ocorreram 21 casos, registrou-se queda de 38,10%. Foram registradas, também, duas Detenções e uma condução coercitiva, mantendo o mesmo número de casos da categoria registrado em 2022, e um caso de Injúria racial/racismo, dois a menos que os três do ano anterior.

Houve, ainda, o assassinato do blogueiro e militante político Thiago Rodrigues, vitimado no Guarujá, em dezembro. A morte de Thiago foi registrada, mas não foi somada aos casos de violência deste Relatório, por não se tratar de um prossional pertencente à categoria dos jornalistas.

Em 2023, houve queda no número de ocorrências na maioria das categorias de violência. Excluindose a Descredibilização da imprensa e a Censura, nas demais categorias esse decréscimo não foi signicativo em números absolutos, mesmo em alguns casos em que o porcentual, em comparação com 2022, foi elevado. É o caso, por exemplo, dos Atentados e Ataques cibernéticos, que caíram de cinco para um e de nove para um, respectivamente. Em porcentagem, foram menos 80% e 88,89%, respectivamente.

Saiba mais no relatório da FENAJ - relatório contra jornalistas e liberdade de imprensa no Brasil / 2023. 

 


inf.via/fenaj

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