Além disso, documentos apontam que o governo do Acre teria sido informado sobre a possibilidade de rebelião no presídio Antônio Amaro.
No dia 29 de
maio, a direção do Instituto de Administração Penitenciária (Iapen) divulgou a
morte de um preso no presídio de Segurança Máxima Antônio Amaro. O detento,
Oceu Rocha Martins, de 41 anos, foi encontrado morto na cela que dividia com
outro prisioneiro. A princípio, a morte foi atribuída a causas naturais, porém,
peritos identificaram marcas de violência no corpo da vítima, algo que mudou o
curso das investigações.
Oceu Martins
tinha importância no sistema prisional, pois presenciou a rebelião ocorrida em
julho do ano passado, na qual cinco membros da organização criminosa Bonde dos
13 foram mortos; três deles decapitados. Oceu, por sua vez, era considerado
importante, pois poderia fornecer informações para esclarecer os eventos que
levaram à rebelião, e indicar possíveis falhas de segurança e de prevenção por
parte das autoridades.
Antes mesmo
da rebelião, ele teria alertado as autoridades sobre tentativas de fuga e
detalhado planos de ação da facção criminosa Comando Vermelho, o que inclui a
identificação de líderes rivais e os métodos utilizados para introduzir
materiais ilícitos na penitenciária. No entanto, as advertências dele não foram
suficientes para evitar o ocorrido.
Documentos
revelaram que a inteligência da Polícia Militar do Acre (PMAC) em Cruzeiro do
Sul havia antecipado a rebelião, com o fornecimento de informações sobre os
preparativos dos presos, inclusive a finança do plano de fuga com mais de R$
300 mil provenientes de atividades criminosas na região. Porém, dizem que o
dinheiro seria para para policiais militares e penais.
O Iapen e o
Ministério Público do Acre (MPAC) teriam conseguido, dois meses antes da
rebelião, o aparelho celular de Railan, a maior liderança do Comando Vermelho
no Acre. Além da movimentação financeira, as mensagens indicavam quem deveria
ser morto, os locais de assalto e o plano de fuga. Mesmo com as informações,
nada foi feito para impedir o motim.
Os eventos
que culminaram na rebelião no Presídio de Segurança Máxima Antônio Amaro
destacam a complexidade e as falhas do sistema prisional e evidenciam a
necessidade de aprimoramentos e mudanças para evitar novos motins e tentativas
de fugas.
inf.via/agazeta.net/adailsonoliveira
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