Cruzeiro do Sul

Incêndios florestais devastam 5 mil hectares no Juruá

por Redação

A região do Juruá tem enfrentado uma série de incêndios florestais que têm mobilizado brigadistas e o Corpo de Bombeiros. Após um fim de semana de chuvas, que ajudou a dissipar parte da fumaça sobre Cruzeiro do Sul, o trabalho de combate ao fogo continua, especialmente em áreas de vegetação na Serra do Divisor e no Cinturão Verde.

Na Serra do Divisor, mais de 100 hectares foram queimados, com focos dentro da Terra Indígena Náhuas, onde militares ainda estão atuando. No Cinturão Verde, próximo a Cruzeiro do Sul, o incêndio consumiu mais de 5 mil hectares, exigindo o uso de máquinas pesadas para controlar as chamas.

O capitão Josadaque Cavalcanti, do Corpo de Bombeiros de Cruzeiro do Sul, informou que o aumento das ocorrências no último mês é preocupante. Ele destacou que o incêndio no Parque Nacional da Serra do Divisor, por exemplo, está em sétimo dia de combate, com as equipes divididas em duas zonas: uma na BR-307, onde foi possível usar máquinas para criar uma linha de defesa, e outra no Ramal Pentecorte, onde o terreno mais denso impede o uso de equipamentos pesados, exigindo combate manual ao fogo.

Cavalcanti afirmou que os esforços se concentraram em áreas de amortecimento para evitar que as chamas atingissem a área de preservação do parque. “Todos esses focos foram monitorados e controlados em uma área de mais de 5 mil hectares e 20 quilômetros de extensão. Nosso trabalho envolveu várias secretarias do estado, prefeituras e o governo federal”, disse o comandante. A chuva que caiu no domingo ajudou a reduzir os focos, mas as equipes continuam monitorando com o uso de drones para identificar possíveis novos focos.

No Cinturão Verde, a situação foi ainda mais complexa. De acordo com Aldenir Farraschi, chefe interino do Instituto de Meio Ambiente do Acre (IMAC) em Cruzeiro do Sul, quatro pessoas foram notificadas para prestar esclarecimentos, uma vez que há indícios de que o fogo tenha começado na propriedade. “Nós identificamos o possível início do incêndio em áreas privadas e agora cabe à investigação determinar a causa exata”, explicou Farraschi. Ele ressaltou a gravidade do problema, agravado pelas altas temperaturas e mudanças climáticas, que facilitam a propagação do fogo.

A operação de controle foi dificultada pelas características da vegetação local, que forma uma espécie de camada inflamável no solo, tornando o combate mais desafiador. Farraschi fez um apelo aos produtores para que tomem cuidados extras ao queimar as roças e pastagens, uma vez que o fogo pode rapidamente sair de controle e atingir áreas de mata preservada.

Mesmo com o controle temporário dos focos, a situação permanece crítica, e as autoridades seguem em alerta para evitar novos incêndios de grandes proporções na região. O trabalho integrado entre diferentes órgãos e o uso de tecnologia, como drones com câmeras térmicas, tem sido essencial para o monitoramento contínuo das áreas afetadas.

 



inf.via/agazeta

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