por Assessoria
Programação acontece até 21 de novembro, com sessões acessíveis e gratuitas.
Iniciou
nesta segunda-feira, 18, a 14ª Mostra Cinema e Direitos Humanos, realizada pelo
Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, que acontece no Cine Teatro
Recreio até o próximo dia 21. O tema deste ano é “Viver com Dignidade é Direito
Humano”, ressaltando a importância da dignidade humana para assegurar a
qualidade de vida e liberdade para todas as pessoas.
A
programação é composta por 8 sessões com curtas e longas metragens entre
homenagens a Cristina Amaral e Thiago Lourenço e diversos gêneros de filmes
selecionados através de chamada aberta pública que contemplaram produções de
todas as regiões do país e que ocorrem simultaneamente em todas as capitais das
diversas regiões do Brasil. Todas as sessões serão seguidas de debate para
abrir espaço para a comunidade problematizar temas tão importantes na
atualidade, tais como igualdade, justiça social e o respeito à diversidade.
Todas as
exibições são gratuitas e acessíveis ao público, incluindo legenda descritiva e
janelas de LIBRAS, reforçando o compromisso da Mostra com a inclusão.
A abertura
contou com a presença de ilustres apoiadores na iniciativa cultural: o Prof.
Dr. Minoru Kinpara, presidente da FEM (Fundação de Cultura Elias Mausour); o
Prof. Dr. Micael Cortes , coordenador do projeto de extensão da UFAC
(Universidade Federal do Acre); e Lígia Morais (Coordenadora Geral da AEDH)
representante do Ministério dos Direitos Humanos.
O debate
teve colocações reflexivas quanto à consciência da desigualdade social em amplo
aspecto e uma sensibilização para um posicionamento de mais respeito à
diversidade; pois a sessão de curtas metragens se iniciavam contextualizando a
religiosidade afro-brasileira com “Abá”; logo na sequência apresentava “Belos
carnavais” contando sobre a morte do sambista Dadinho; no auge desse decorrer a
temática do filme “Sem asas”, evidenciava a fragilidade de um corpo negro,
ainda que jovem, a ser posto em dúvida ética apenas pelo tom de sua pele; e
finalizando-se com “Confluências”, nos convidando a celebrar as colaborações de
todos os pensamentos de Nego Bispo em vida, como se seu aniversário também
fosse o nosso, atualizando suas inquietações.
A discente
de Teatro da UFAC, Geovana Maria, também organizadora da mostra, como lugar de
fala pela negritude comenta:”Em “Sem asas” durante todo o filme, senti um
aperto no coração, como se tudo fosse acabar mal. Cheguei a pensar que o
personagem morreria como acontece na vida real, onde alguns sonhos não se
realizam, por conta de preconceito. Zuri, por conta de um tiro disparado por um
policial, na hora que leva uma “trigada” no rosto, nos coloca a dúvida de poder
realizar o seu sonho de ser um herói à prova de balas”.
Mas, felizmente, não foi o que aconteceu e todo o contexto foi ressignificado num desenlace artístico que nos enche o coração de esperança de quebrar esse padrão de violência através da arte.
Inclusive a
professora de Letras do curso universitário da UFAC, Heidi Soraia Berg, também
presente na mostra, comentou que “O difícil para o personagem, tanto na vida
como no filme, não é estudar Matemática, mas estar na pele de uma pessoa negra
que é discriminada diariamente”.
A debatedora
convidada e professora de Teatro, Viviana Corletty, bem apontou que “Em “Bons
Carnavais” as imagens se sobrepõem e se misturam como os corpos envolvidos,
tanto das pessoas como dos espaços, como se a cultura de um lugar ficasse viva
porque a relação entre os elementos da cidade é que pulsa o sentido que aquela
comunidade dá ao que ali é vivido”.
Isso se
complementou na parceria da mediadora Tânia Villarroel que disse que “A
dimensão poética do filme lembrou tanto a Festa da Querupita, no bairro do
Bexiga como também a Festa do boi, no Morro do Querosene – que nasceu de dentro
da casa do Tião Carvalho – como se o enterro do sambista desnacesse as memórias
populares de alguns bairros de São Paulo.
Essa mostra
foi feita com muito zelo e cuidado e merece ser prestigiada do começo ao fim.
Compareçam ao Cine Teatro Recreio, localizado em frente a tradicional Gameleira
na rua Senador Eduardo Aassmar no bairro 6 de agosto, só esta semana.
Tânia Villarroel, professora de Teatro da UFAC (Universidade Federal do Acre) e doutoranda do PPGAC (Programa de Pós-Graduação) da ECA-USP (Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo) em Pedagogia do Teatro.
Stephanie
Matos, professora de Teatro da UFAC (Universidade Federal do Acre) e recém
mestra pelo PPGAC – UFAC (Programa de Pós-Graduação da Universidade Federal do
Acre) na linha Teoria e Prática das Artes Cênicas.
PROGRAMAÇÃO
GRATUITA COM ACESSIBILIDADE
18 de
Novembro (Segunda-feira)
• 18h:
Coquetel de abertura
• 19h:
Sessão de abertura (65 minutos) seguido de debate
19 de
Novembro (Terça-feira)
• 19h:
Sessão: Territórios e Dignidade (86 minutos) + debate (20 minutos)
20 de
Novembro (Quarta-feira)
• 19h:
Sessão Depois do Expediente (101 minutos) + debate (20 minutos)
21 de
Novembro (Quinta-feira)
• 19h:
Curtas jornadas noite Adentro (102 minutos) + debate (20 minutos)
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