por Janes Peteca 11/03/2025 19:22
Nos anos 2000, quando eu estava no Sindicato dos Urbanitários, enviamos ofícios ao Ministério Público e participamos de reuniões com os diretores do SAERB e com o prefeito da época.
Na ocasião, eu já alertava que, se a ETA 2 fosse construída
naquele local, não duraria 20 anos. Não tinha bola de cristal, mas quem está
dentro do sistema sabe dos desafios, pois os próprios técnicos e trabalhadores
nos passavam a realidade do colapso iminente.
Infelizmente, nossas preocupações não foram ouvidas, e hoje vemos as consequências dessa decisão recaindo sobre a gestão do prefeito Bocalom. O prefeito, ao assumir o compromisso de não privatizar o saneamento, entendeu que esse não era o caminho para garantir o acesso à água para toda a população.
No entanto, herdou um
sistema colapsado, fruto de anos de negligência e má gestão. Agora, muitas
pessoas reclamam, sem conhecer a verdadeira luta para manter um serviço
essencial e extremamente caro. O tratamento da água envolve custos elevados,
desde produtos químicos até reposição de bombas e materiais, além da manutenção
da rede.
É fácil apontar culpados no presente, mas é preciso lembrar que a responsabilidade pelo colapso do sistema vem de gestões passadas. Se o saneamento tivesse sido privatizado, a população do Acre – em sua maioria sem condições de arcar com tarifas abusivas – estaria ainda mais prejudicada.
A luta pelo saneamento
público e acessível continua, e é fundamental que todos compreendam os desafios
dessa gestão para garantir água tratada e de qualidade para todos.
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