por Agência Brasil 16/04/2025 23:32
A inflação desacelerou em março para todas as faixas de renda, na comparação com fevereiro. Os dados são do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Para a classe de renda muito baixa, o recuo foi de 1,59% para 0,56%. Para a classe de renda alta, de 0,9% para 0,6%.
O Ipea explica que a desaceleração da inflação para as
classes de renda menor pode ser explicada pelo reajuste baixo das tarifas de
energia elétrica (0,12%) e as quedas nos preços das passagens de ônibus urbano
(-1,1%) e do metrô (-1,7%).
Em relação às famílias de renda alta, a melhora das
taxas do grupo educação, de 0,90% em fevereiro para 0,60% em março, foi mais
determinante. O dado traduz principalmente o fim do impacto dos reajustes das
mensalidades escolares em fevereiro.
Por outro lado, grupos de menor renda tiveram de lidar
com taxas mais altas nos preços dos alimentos no domicílio. As altas mais
expressivas de inflação vieram dos ovos (13,1%), do café (8,1%), do leite
(3,3%) e do tomate (22,6%). Alguns alívios aconteceram em itens como arroz
(-1,8%), feijão-preto (-3,9%), carnes (-1,6%) e óleo de soja (-2,0%).
A classe de renda alta foi mais impactada em segmentos
de transporte e de despesas pessoais. É o caso dos reajustes de 6,9% das
passagens aéreas e de 1,2% dos serviços ligados à recreação e lazer.
Outros números
Na comparação entre março de 2025 e março de 2024, a
inflação acelerou para todas as faixas de renda, com um impacto mais
significativo nas classes de rendas mais altas.
Quando se considera o acumulado de 12 meses, a faixa de
renda muito baixa teve a menor inflação (5,24%). O segmento de renda alta
apresentou a taxa mais elevada (5,61%).
Nos últimos 12 meses, as principais pressões
inflacionárias vieram dos grupos alimentos e bebidas, transportes e saúde e
cuidados pessoais. Os aumentos mais significativos foram em carnes (21,2%),
aves e ovos (12,1%), óleo de soja (24,4%), leite (11,9%) e café (77,8%).
Em saúde e cuidados pessoais, os maiores impactos
vieram dos produtos farmacêuticos (4,8%), itens de higiene (4,8%), serviços de
saúde (7,8%) e planos de saúde (7,3%).
No grupo transportes, os destaques foram tarifas de
ônibus urbano (5,1%) e interestadual (6,4%), transporte por integração (10%) e
por aplicativo (18,3%), além dos reajustes da gasolina (10,9%) e do etanol
(20,1%).
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