por Correio24horas 19/04/2025 21:16
O aplicativo
de mensagens mais popular do país é o ambiente mais vulnerável para golpes.
Mais de 150 mil pessoas caíram no golpe do WhatsApp no ano passado, de acordo
com dados da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), divulgados esta semana.
Ao todo, 153
mil pessoas foram vítimas dessa fraude no país, a campeã em número de
ocorrências. Em seguida, ficou o golpe da Falsa Venda, que atingiu 150 mil
pessoas, e, em terceiro lugar, ficou o golpe da Falsa Central Telefônica ou
Falso Funcionário, que acumulou 105 mil vítimas.
Completam o
Top 10 das fraudes mais comuns, os golpes do Phishing (33 mil), do Falso
Investimento (31 mil), da Troca de Cartão (19 mil), do Falso Boleto (14 mil),
da Devolução de Empréstimo (8 mil), da Mão Fantasma (5 mil) e do Falso Motoboy
(5 mil).
O golpe do
WhatsApp ficou tão corriqueiro que até famosas como Lília Cabral e Luana
Piovani já foram vítimas. Lília recebeu uma mensagem pelo aplicativo enviada
por um criminoso que tentou se passar por sua filha, revelou a atriz no ano
passado. “Boa tarde, mãe. Adiciona meu novo número. Estou passando meus
contatos pessoais para esse número”, escreveu o golpista. Já Luana teve sua
imagem usada por um criminoso que se passou por ela e entrou em contato com
seus amigos convidando-os para um jantar e pedindo para confirmar um número.
“Amores, só para avisar que mais um golpe brasileiro. O pessoal usando a
criatividade para o mal’. [...] Pedem para você confirmar um número e assim
eles bloqueiam o seu WhatsApp, disse, na época, em suas redes sociais.
Apesar do
avanço do alcance dos criminosos, a Febraban afirma que, do outro lado, os bancos
também estão aumentando o investimento em ações para combater a prática. “Os
bancos não têm poupado esforços e, sobretudo, investimentos no combate a crimes
contra nossos clientes. Temos investido constantemente e de maneira massiva em
campanhas de conscientização e esclarecimento com a população por meio de ações
de marketing em TVs, rádios e redes sociais. E no ano passado foram investidos
cerca de R$ 5 bilhões em segurança e prevenção a fraudes e crimes
cibernéticos”, afirma Walter Faria, diretor-adjunto de Serviços da federação.
Confira os golpes mais praticados e dicas da Febraban para se proteger:
Golpe do
WhatsApp
Nele, o
golpista descobre o número do celular e o nome da vítima de quem pretende
clonar a conta de WhatsApp. Com essas informações, tenta cadastrar o WhatsApp
da vítima em seu aparelho. Para concluir a operação, é preciso inserir o código
de segurança que o aplicativo envia por SMS sempre que é instalado em um novo
dispositivo. Os fraudadores enviam uma mensagem pelo WhatsApp fingindo ser do
Serviço de Atendimento ao Cliente de um site de vendas ou de um empresa que a
vítima tem cadastro. Eles solicitam o código de segurança, afirmando se tratar
de uma atualização/protocolo, manutenção ou confirmação de cadastro.
Como se
proteger: Uma medida simples para evitar que o WhatsApp seja clonado é
habilitar, no aplicativo, a opção “Verificação em duas etapas”. Desta forma, é
possível cadastrar uma senha que será solicitada periodicamente pelo app. Essa
senha não deve ser enviada para outras pessoas ou digitada em links recebidos.
Golpe da
Falsa Venda
Criminosos
criam páginas falsas que simulam e-commerce, enviam promoções inexistentes por
e-mails, SMS e mensagens de WhatsApp e investem na criação de perfis falsos de
lojas em redes sociais.
Como se
proteger: Tenha muita atenção. O produto tem um preço médio no comércio de R$ 1
mil, mas alguém está anunciando por R$ 300? Há fotos e vídeos de antes e depois
de produtos com resultados mirabolantes? A loja oferece poucas opções de
pagamento? O e-commerce é recém-criado em rede social? Pare, pense e desconfie.
Pode ser golpe. Tome muito cuidado com links recebidos em e-mails e mensagens e
dê preferência aos sites conhecidos para as compras .
Golpe da
Falsa Central Telefônica/Falso Funcionário
O fraudador
entra em contato com a vítima se passando por funcionário do banco ou empresa
com a qual o cliente tem um relacionamento ativo. O criminoso informa que há
irregularidades na conta ou que os dados cadastrados estão incorretos. A partir
daí, solicita os dados pessoais e financeiros da vítima e orienta que realize
transferências alegando a necessidade de regularizar problemas na conta ou no
cartão.
Como se
proteger: O cliente deve sempre verificar a origem das ligações e mensagens
recebidas contendo solicitações de dados. Os bancos podem entrar em contato com
os clientes para confirmar transações suspeitas, mas nunca solicitam dados
pessoais, senhas, atualizações de sistemas, chaves de segurança, ou ainda que o
cliente realize transferências ou pagamentos alegando estornos de transações. Ao
receber uma ligação suspeita, o cliente deve desligar, e de outro telefone,
deve entrar em contato com os canais oficiais de seu banco.
Phishing
(pescaria digital)
O phishing,
ou pescaria digital, é uma fraude eletrônica que visa obter dados pessoais do
usuário. A forma mais comum de um ataque de phishing é por mensagens e e-mails
falsos que induzem o usuário a clicar em links suspeitos. Também existem
páginas falsas na internet que induzem a pessoa a revelar dados pessoais.
Como se
proteger: Nunca clique em links recebidos por mensagens. Mantenha seu sistema
operacional e antivírus sempre atualizados. Na dúvida, fale com seu banco.
Golpe do
Falso Investimento
Falsos
grupos criam sites de empresas de fachada e perfis em redes sociais para atrair
as vítimas e convencê-las a fazerem investimentos altamente lucrativos e
rápidos. Usam vários artifícios para enganar os interessados: fornecem
informações falsas da suposta empresa, mostram depoimentos inexistentes de
pessoas que foram bem-sucedidas com o investimento, entre outros. Em alguns
casos, para criar credibilidade, indicam que o usuário faça investimentos
baixos no início e até chegam a pagar algum valor para a vítima.
Posteriormente, induzem a vítima a fazer investimentos mais altos. Depois que
conseguem tirar uma quantia alta da pessoa, somem.
Como se
proteger: Sempre desconfie de promessas de rendimentos ou retornos muito acima
daqueles praticados no mercado. Pesquise e verifique se a instituição é
autorizada a operar e procure informações sobre sua atuação. Desconfie se
houver insistência para fechar rapidamente algum negócio com a alegação de que
irá perder uma oportunidade. Tome cuidado com abordagens em redes sociais e
também com sites patrocinados em sites de busca.
Golpe da
Troca de Cartão
Golpistas
que trabalham como vendedores prestam atenção quando você digita sua senha na
maquininha de compra e depois trocam o cartão na hora de devolvê-lo. Com seu
cartão e senha, fazem compras usando o seu dinheiro.
Como se
proteger: Quando você for fazer uma compra com seu cartão físico, lembre-se dos
‘Sempre’: sempre cheque o valor na tela da maquininha, sempre confira se o
cartão que te devolveram é o seu mesmo e sempre passe você o cartão na
maquininha. Não entregue cartões para ninguém
Golpe do
Falso Boleto
Os
criminosos apostam na desatenção dos pagadores para aplicar golpes, falsificam
boletos e colocam seus dados bancários para que recebam o crédito do documento
de pagamento.
Como se
proteger: Confira com atenção os dados do beneficiário do boleto tais como CPF
ou CNPJ do emissor, data de vencimento e valor. No momento do pagamento, independente
do canal utilizado (caixa eletrônico, mobile bank, internet bank etc.), os
dados do beneficiário (a empresa que receberá o dinheiro) serão mostrados, o
que permite ao pagador realizar a conferência com os dados que constam do
boleto físico que está em suas mãos. Se a conta em questão não pertencer ao
beneficiário correto, o cliente não deve concluir a operação. Em caso de
qualquer dúvida, o cliente deve entrar em contato com o SAC da empresa.
Golpe da
Devolução do Empréstimo
O golpista,
de posse dos dados do cliente, realiza a contratação de um empréstimo em alguma
instituição indicando a conta legítima do cliente para recebimento. Após a
efetivação do empréstimo, os golpistas entram em contato com o cliente
solicitando a devolução do dinheiro para que façam o cancelamento da operação.
E indicam uma chave pix ou um boleto para a devolução.
Como se
proteger: Se receber uma ligação ou mensagem desse tipo, entre em contato
diretamente com o banco pelos canais oficiais (telefone, site ou aplicativo).
Se o banco realmente precisar que você devolva um valor, o procedimento será
feito por meio dos canais oficiais da instituição. Nunca transfira dinheiro
para contas de pessoas ou empresas desconhecidas.
Golpe da Mão
Fantasma
O criminoso
entra em contato com a vítima se passando por um falso funcionário do banco.
Usa várias abordagens para enganar a vítima: informa que a conta foi invadida,
clonada, que há movimentações suspeitas, entre outras artimanhas. E diz que vai
enviar um link para a instalação de um aplicativo que irá solucionar o
problema. Se o cliente instalar o aplicativo, o criminoso terá acesso a todos
os dados que estão no celular.
Como se
proteger: Se receber esse tipo de contato, desconfie na hora. Desligue e entre
em contato com a instituição através dos canais oficiais e de um outro telefone
para saber se algo aconteceu mesmo com sua conta.
Golpe do
Falso Motoboy
O golpe
começa com uma ligação ao cliente, de uma pessoa que se passa por funcionário
do banco, e diz que o cartão foi clonado, informando que é preciso bloqueá-lo.
Para isso, diz o golpista, bastaria cortá-lo ao meio e pedir um novo pelo
atendimento eletrônico. O falso funcionário pede que a senha seja digitada no
telefone, e fala que, por segurança, um motoboy irá buscar o cartão para uma
perícia. O que o cliente não sabe é que, com o cartão cortado ao meio, o chip
permanece intacto, e é possível realizar diversas transações.
Como se
proteger: Nenhum banco pede o cartão de volta ou envia qualquer pessoa ou
portador para retirar o cartão na casa dos clientes. Então, desligue o telefone
e ligue, de outro aparelho, para o banco, para verificar se realmente houve
alguma irregularidade.
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