Acre

Teatro da escuridão, diz Sergio Solto se referindo a situação atual do Teatro Placido de Castro

por Redação 10/12/2025 11:39

O cantor musico e poeta acreano Sergio Solto, usou as redes sociais para oferecer uma poesia ao presidente da Fundação de Cultura do Acre, Minoro Kimpara. O musico fez tipo uma ironia por conta da atual situação em que se encontra o teatro Placido de Castro em Rio Branco - o Teatrão.   

Na poesia, Sergio Solto fala de um legado histórico e de gloria do conhecido Teatrão, que já abrigou muitos artistas e politicos acreanos inclusive celebridades do cenário nacional,  mais na realidade o teatro Placido de Castro estar há aproximadamente cinco anos fechado para obras de reforma.

O governo até tinha uma expectativa de reabrir o Teatrão, por meados do ano de 2025, mais acabou não ocorrendo. Em 2024 foram locados R$ 4,7 milhões em recursos para a revitalização do teatro, mais que ainda segue fechado.

 

 Veja a poesia;


O que aconteceu com nosso altar

Palco de inúmeras histórias

De canções e outras rebeldias

De poesias, arte cênicas e glórias.

 

Quantos momentos inesquecíveis

Quantos mestres deixaram suas digitais

Quantas sapatilhas em rodopios

Quantos paraísos e umbrais.

 

Era a arte em suas manifestações

Vivendo os seus momentos mais febris

Como era lindo a plateia aplaudindo

Num coro esfuziante por um bis.

 

A essência da gente transcendia

Levitava a centímetros do chão

Era um toque generoso de magia

Quando abria a cortina e o coração.

 

É a tribuna maior que Deus nos deu

Com suas luzes de Led e de fumaça

O coração se mostrava por inteiro

E os astros exibiam suas graças.

 

Era o lar preferido das orquestras

Os metais tomavam conta dos espaços

Os violinos flutuavam entre as nuvens

E a canção era maior que mil abraços.

 

Hoje é só lembranças e tristezas

De um tempo carcomido pelas traças

De um império em desconstrução

E um silêncio escondido nas vidraças.

 

Seu glamour é um cenário abandonado

Escondido por trás de alguns tapumes

Com suas luzes opacas, reprimidas

Um holocausto cultural sem lumes.

 

Os vagalumes com seus voos de neon

Iluminam os canteiros sem labuta

Os fantasmas dessa ópera, se foram

Como foram inglórias suas lutas.

 

Que os artistas manifestem as suas vozes

Soltem o grito que a Aldeia toda escuta

Toquem suas guitarras e tambores

Mostrem que não nascemos numa gruta!

 

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