Por redação - O Acre Notícia, 13 de junho 2019
O Hospital
de Urgência e Emergência de Rio Branco (Huerb) se tornou a verdadeira
demonstração de como não fazer saúde pública.
Todos os
dias há relato de pacientes ou familiares denunciando absurdos como mal
atendimento, espera excessiva e falta de profissionais.
Veja o caso
inadmissível relatado pela dona de casa Kassia Moura. Ela conta que sua bebê,
de apenas um ano de idade, engoliu uma moeda na noite desta quarta-feira, 12.
Desesperada,
Kassia levou a filha imediatamente ao Huerb, chegando no hospital às 21h30.
Atendida pela pediatra de plantão, foi informada que seria necessário a
presença de um endoscopista para fazer o procedimento, que estaria de
sobreaviso.
A revolta da
mãe começa aí. Ao ligarem para a médica que estava de sobreaviso, Kassia foi
informada que a profissional afirmou que só iria às 7 da manhã do dia seguinte.
“Ligaram para a médica de sobreaviso e ela disse que só ia às 7 da manhã. Isso
é revoltante. Até onde eu sei, um médico de sobreaviso tem que ir na hora que é
chamado. Eu estou recém operada, não tinha condições de ficar tive que deixar
meu marido com a minha bebê aguardando atendimento”, diz Kassia.
A mãe
reclama ainda do atendimento. “É um péssimo atendimento, desumano por parte de
algumas enfermeiras. Colocaram meu marido em um canto da parede apertado, entre
duas outras mães com seus bebês recém nascidos, sendo que um estava com uma
infecção desconhecida e o outro estava com uma bactéria também desconhecida,
que esperavam por vagas na maternidade e no Santa Juliana”, diz Kassia.
O mais
inacreditável é que após esperar a noite toda, a mãe conta que foi obrigada a
tirar a filha do hospital sem atendimento. “Quando deu 8 horas da manhã, minha
bebê sem comer nem beber, pois estava aguardando ainda a médica endoscopista
que tinha ficado de chegar às 7, questionei a demora e fui informada mais uma
vez que iam ligar para a médica para saber que horas ela ia chegar. Tive que
retirar a minha bebê de lá por conta própria e correr atrás de outro médico por
meio particular, pois não aguentava mais esperar e ver minha bebê muito
molinha, sem comer, sem beber e sem atendimento específico”.
Revoltada,
Kassia cobra que algo seja feito pelo governador. “Será que o senhor
governador, como pai, aceitaria ver seu filho esperando por mais de 10 horas
com uma moeda entalada na garganta? É preciso fazer algo pela nossa saúde.
Em nota,
Fabíola Helena de Souza, diretora de assistência do Huerb, explicou que o
período para a realização da endoscopia digestiva alta, sob anestesia geral, é
de 08 horas, contados após admissão hospitalar e a partir da prescrição médica
de jejum absoluto pelo médico assistente, pois trata-se de um procedimento
endoscópico para retirada de corpo estranho em uma criança.
Afirmou
também que após o jejum absoluto de 08 horas é habitual que decorra um tempo,
necessário para preparar a sala do centro cirúrgico para o procedimento
endoscópico e para transportar o aparelho de endoscopia e acessórios da sala de
endoscopia para o centro cirúrgico. “Os pais não quiseram esperar e pediram
alta da criança”, disse Fabíola.
via-ac24horas
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