Por redação - O Acre Notícia, 24 de setembro 2019
As espécies
de quelônio estão entre os principais alvos da caça predatória que pode
provocar até mesmo sua extinção. Os animais, além disso, estão entre os
principais alimentos da dieta dos ribeirinhos. Para amenizar estes impactos, as
próprias famílias que moram às margens do rio Juruá, no Acre, passaram a atuar
como protetoras, assegurando uma reprodução monitorada.
O projeto “
do : Eu Protejo” é desenvolvido pela organização não-governamental (ONG) SOS
Amazônia para garantir a conservação das espécies de tartarugas, tracajás e
iaçás na região. Desde 2003, mais de 35 mil
passaram a povoar a região do Vale do .
Famílias
ribeirinhas protegem, voluntariamente, desovas de quelônios em praias do rio
Juruá, situadas dentro do Parque Nacional da Serra do Divisor e da Reserva
Extrativista Alto Juruá, duas das mais importantes unidades de conservação
federais do Acre. Elas são estratégicas por garantirem a proteção permanente da
região que concentra a maior biodiversidade do planeta. As unidades estão localizadas na fronteira
com o Peru.
Técnicos da
SOS Amazônia fizeram, entre os meses de abril e dezembro de 2018, visitas e
acompanhamento às áreas de proteção nas comunidades ribeirinhas. A ação
consistiu em identificar e supervisionar regiões de desovas de quelônios
mediante a inserção de faixas de sinalização nas praias, além de conscientizar
os comunitários sobre a importância desses animais para a manutenção do
ambiente.
Ano passado
foram 1.580 ninhos monitorados por 35 famílias voluntárias, em 38 praias ao
longo do Juruá. A SOS Amazônia registrou a presença de 6.752 ovos de quelônios,
sendo que68% dos filhotes permaneceram vivos, ou seja, não foram predados ou os
ovos não estavam gorados. Ao total, 3.687 filhotes de quelônios foram soltos na
bacia do rio Juruá desde novembro passado.
As
tartarugas da Amazônia são a espécie mais ameaçada de extinção dentre os
quelônios. Por isso, a importância de fortalecer as iniciativas de manejo e
conservação desses animais. O projeto, mesmo com a falta de apoio financeiro
permanente, continua firme em proteger esses animais, com o intuito de diminuir
a pressão humana sobre a fauna da região.
O período de
desova de quelônios no rio Juruá ocorre na época de vazante, quando se formam
as praias, geralmente entre abril e maio. A soltura dos filhotes ocorre a
partir de novembro, quando os rios já estão cheios novamente.
A cada ano,
a SOS Amazônia mobiliza as famílias voluntárias na proteção de quelônios do rio
Juruá, entregando kits de proteção das praias. Os ribeirinhos desempenham papel
fundamental na proteção das praias e no monitoramento da desova, eclosão dos
ovos e da soltura dos filhotes.
As crianças
acompanham os pais nessa atividade, o que as aproxima da prática de conservação
dessas espécies. Eles registram o número de ninhos, o número de ovos e números
de filhotes vivos e soltos nos rios. As informações são coletadas, registradas
em ficha de campo e repassadas para a SOS Amazônia, que analisa e monitora os
resultados.
(noticiasdahora)
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