Por redação - O Acre Notícia, 04 de Outubro 2019
André
Martins teve a pena reduzida para 36 anos, sete meses e 20 dias multa. Mãe de
Débora Bessa disse que está indignada com resultado.
A Justiça do
Acre acatou um recurso de apelação e reduziu a pena de André de Souza Martins,
condenado a mais de 42 anos por matar, esquartejar e filmar a morte de Débora
Bessa, em janeiro do ano passado. A decisão é da 1ª Vara do Tribunal do Júri de
Rio Branco.
Martins e
Luciele Souza do Nascimento foram condenados a mais de 60 anos de prisão em
regime fechado pela morte de Débora. Com o recurso, a pena do acusado reduziu
para 36 anos, sete meses e 20 dias multas. Não há alteração na sentença de
Luciele.
“Tiveram
duas coisas que a defesa entendeu naquele momento que não estava configurado no
crime: que teria sido em razão de organização criminosa e que a dosimetria da
pena, que é a quantidade de pena, tinha sido muito elevada. Parte da nossa
fundamentação o Tribunal acolheu e reduziu”, confirmou o advogado de Martins,
Cláudio Baltazar.
O vídeo
bárbaro em que Débora aparece sendo decapitada enquanto ainda estava viva foi
usado pela polícia para identificar a autoria do crime. As imagens vazaram em
grupos de WhatsApp e acabaram viralizando. Na delegacia, Martins chegou a
confessar que matou Débora por vingança.
Indignação
Ao G1, a mãe
de Débora, Irlanik Freitas, falou que soube da redução da pena do acusado na
manhã desta quinta (3) por um telejornal. Indignada com o resultado, Irlanik
lamentou que a Justiça tenha mudado a sentença e disse que passou o dia
chorando após a notícia.
“Estou indignada.
Achei justa a [primeira] sentença, me disseram que era máxima, que não tinha
como recorrer e recorreram. O que mais me dói é que ele fica debochando, com
certeza está debochando da minha família, de mim, que estava no julgamento e
achei justo a sentença dele e agora choro de vergonha em saber que o Estado não
pôde fazer nada. Pelo amor de Deus, não foi um crime comum, o cara arquitetou
durante meses a morte da minha filha”, criticou.
A mãe disse
que a família não tem condições de pagar um advogado particular para recorrer
contra a atual pena de Martins. Além disso, ela afirmou também não acreditar
que o crime não tenha relação com organizações criminosas.
“Chega a ser
hipocrisia desse povo que diz fazer justiça por nós. É por isso que cada dia
que passa os crimes contra mulheres aumentam. Como que esse povo acha que não
foi um crime porque ela era de facção, quer dizer que se fosse podia matar,
esquartejar e fazer o que quiser com ela?”, questionou.
(G1)
0 comments:
Postar um comentário