Por redação - O Acre Notícia, 26 de Outubro 2019
Polícia diz
que traficantes iam atacar rivais, foram interceptados e houve troca de tiros.
Nenhum policial foi baleado e as viaturas que atuaram na ação não têm marcas de
tiro.
Após troca
de tiros entre policias e um grupo de traficantes de uma facção criminosa,
segundo a PM, dezessete pessoas foram mortas na madrugada desta quarta-feira
(30), em Manaus. A polícia disse que o grupo se preparava para cometer
homicídios de rivais com o objetivo de tomar o controle de áreas de tráfico na
região. A ocorrência iniciou às 22h45 e seguiu até aproximadamente 3h.
De acordo
com o comandante geral da PM, coronel Ayrton Norte, a polícia recebeu a
denúncia de que cerca de 50 pessoas armadas estariam em um caminhão baú, em
direção a um beco conhecido como JB Silva, na Rua Magalhães Barata, entre os
bairros Crespo e Betânia, na Zona Sul.
O objetivo
desse grupo, segundo o comandante, era atacar uma facção rival. Nenhum PM foi
baleado, e as viaturas que atuaram na ação não têm marcas de tiros.
"Nossas
viaturas de ronda e com a Força Tática foram até o local, houve o primeiro
confronto, em que a Força teve êxito na intervenção policial [de um homem]. Em
seguida, os policiais da Rocam foram acionados para dar apoio nessa ocorrência
com cinco equipes. Nós tivemos três confrontos e nesses três totalizamos outras
16 intervenções policiais por parte da Rocam. Ou seja, ao todo foram 17
intervenções policiais", detalhou o comandante ao contabilizar os mortos
pela coorporação.
Durante a
abordagem policial, a maior parte dos suspeitos conseguiu fugir. Ainda não se
tem informações sobre a localização do caminhão que era usado pelo grupo. Todos
os 17 baleados foram conduzidos ao Pronto-Socorro e Hospital 28 de agosto, onde
foram confirmadas as mortes. Eles serão levados ao Instituto Médico Legal (IML)
de Manaus ao longo da manhã.
A polícia
apreendeu durante a ação 17 armas de fogo, entre revólveres e armas de grosso
calibre. Elas foram apresentadas pela PM em frente ao hospital, em cima das
viaturas.
"Ao
todo foram 17 armas apreendidas, armas de grosso calibre, inclusive tem uma uma
sub-metralhadora, várias pistolas e revólveres, o grupo estava bem armado. As
armas serão levadas para a Delegacia de Homicídios, onde serão apresentadas",
informou o comandante da PM.
Ainda em entrevista,
o oficial informou que, no confronto, alguns policiais tiveram escoriações pelo
corpo, mas não foram baleados ou ficaram feridos gravemente.
"Os
policiais tiveram que se abrigar, era um beco e os criminosos têm uma visão de
tiro privilegiada, mas o tirocínio dos policiais fez com trouxéssemos esse
resultado", conclui.
Vítimas
Até o
momento não foram divulgados os nomes dos mortos durante a operação. A
Secretaria de Segurança afirma que nenhum nome foi oficialmente confirmado e
que a identificação dos corpos está sendo feita conforme previsão legal.
Apenas um
jovem, de 17 anos, foi identificado pelo tio. Na entrada do IML, já na manhã
desta quarta-feira, Cristóvão Carvalho, tio do menor de idade Alexsandro
Custodio Carvalho, contou do envolvimento do rapaz com as drogas e o crime.
"A
gente [família] estava fazendo o possível e impossível para tirar ele dessa
vida, mas as coisas são assim. Nesse mundo do crime não tem volta, né? É cadeia
ou cemitério. Ele estava nessa vida há dois anos. Começou usando droga e a
gente falava pra ele sair dessa vida. Infelizmente aconteceu essa tragédia,
várias pessoas foram assassinadas pelos policiais", comentou Cristóvão.
Alexsandro Custodio Carvalho, 17 anos, uma das vítimas —
Foto: Eliana Nascimento/G1 AM
G1
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