Em sua 8ª
edição o Festival Mariri Yawanawa teve início no dia 1° de setembro e segue até
dia 7, na Aldeia Mutum, localizada no Rio Gregório, no município de Tarauacá. A
ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, chegou no festival no dia 2 de
setembro e anunciou a assinatura da homologação do território do Rio Gregório.
A assinatura acontecerá na tarde desta terça-feira, 5, em Brasília.
O Festival
Mariri Yawanawa, que proporciona uma imersão na cultura, arte e espiritualidade
do povo Yawanawa, conta com o apoio do governo do Estado, por meio da
Secretaria de Estado de Turismo e Empreendedorismo (Sete) e da Secretaria
Extraordinária dos Povos Indígenas (Sepi).
“Em todas as
minhas falas eu digo que o Acre é realmente diferente, pois não trazemos uma
autoridade simplesmente de uma pauta, mas hoje estão aqui para essa pauta
específica, o fortalecimento cultural dos povos indígenas do Acre, porque aqui
tem os Yawanawa, os não indígenas, os turistas, os Puyanawas, os Arara, dos
quais eu sou Shawãdawa, e tem Ashaninka também. Então, isso fortalece o
reencontro dos povos indígenas no estado do Acre”, afirmou.
Primeira
ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, foi considerada uma das 100
pessoas mais influentes do mundo pela revista Time, em 2022. Indígena do povo
Guajajara do Maranhão, a ministra, que chegou acompanhada da deputada federal
Célia Xakriabá, destacou que se não existir demarcação não haverá solução para
a crise climática que o mundo enfrenta hoje e anunciou a assinatura da
homologação do território do Rio Gregório neste dia 5 de setembro.
“Já são 40
anos de espera do povo Yawanawa aqui na luta pelo seu território e agora, por uma
decisão do presidente Lula, com a criação do Ministério dos Povos Indígenas,
com a presença indígena no Poder Executivo, a primeira iniciativa nossa foi
retomar o processo de demarcação de terras indígenas no Brasil. Uma política
que é dever da União e que foi totalmente paralisada nos últimos anos. E agora
retomamos esse processo que estava ali parado na Funai e conseguimos dar alguns
passos, um avanço no sentido de concluir esse processo”, declarou a ministra.
A ministra
também destacou que festivais indígenas como o Mariri Yawanawa apresentam a
cultura dos povos indígenas para as pessoas de diversas partes do Brasil e do
mundo e a partir dessa vivência é possível entender a importância de ter um território
indígena demarcado, preservado e protegido:
“O Festival
Mariri aqui do povo Yawanawa é muito forte, já muito conhecido, muito visitado
e muito importante para essa conscientização da importância do meio ambiente,
não só para a cultura indígena, mas para toda humanidade”.
A ministra
Sônia Guajajara e a deputada federal Célia Xakriabá foram recebidas pelas
lideranças e povo Yawanawa com muita música, dança, festa, alegria e o ritual
do sopro, que é o Vekuxi, o assopro da bênção. A deputada federal agradeceu e
ressaltou a força dos povos indígenas:
“A nossa
força faz a diferença. E o poder mais permanente é o que estamos vivenciando
aqui hoje. É um povo que, mesmo em vários enfrentamentos, não para de cantar,
não para de fazer a medicina. O que nos mantém de pé são as forças espirituais,
assim como a força do Pajé”.
O cacique da
Aldeia Nova Esperança, Iskukua Yawanawa, enfatizou que hoje os povos indígenas
vivem um novo tempo, com uma ministra indígena que comanda uma pasta voltada
aos povos indígenas, aos povos originários. É uma história que nunca mais será
apagada.
“Nesse ano
de 2023 está completando 40 anos da demarcação do território Yawanawa, o
primeiro território indígena da região Norte a ser demarcado no ano de 1983,
antes da constituição. Nós não podemos deixar essa memória morrer”, afirmou o
cacique.
(inf.agencia de notícias do Acre)
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