por Agência Brasil 02/05/2025 21:38
O Instituto
Nacional do Seguro Social (INSS) está elaborando uma proposta de Plano de
Ressarcimento Excepcional para os aposentados e pensionistas que foram vítimas
de descontos não autorizados por entidades associativas. A medida foi discutida
em reunião na tarde desta sexta-feira (2), conduzida pelo advogado-geral da
União, Jorge Messias, e que contou com a presença do novo presidente do INSS.
"A
proposta está em fase final de elaboração e, tão logo seja concluída, será
submetida no início da próxima semana à Casa Civil da Presidência da República,
para posterior apresentação ao Conselho Nacional de Justiça, ao Ministério
Público Federal e à Defensoria Pública da União", informou a AGU, em nota.
A pasta
instituiu um Grupo Especial, com suporte da Dataprev e do próprio INSS, para
resolver a situação causada a milhões de aposentados e pensionistas. A
devolução dos recursos cobrados indevidamente foi uma determinação do
presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que abordou o tema em seu mais recente
pronunciamento em cadeia nacional de rádio e televisão.
O novo
presidente do INSS afirmou, durante a reunião, que vai determinar a abertura
Procedimentos Administrativos de Responsabilização de Pessoas Jurídicas (PAR),
com base na Lei nº 12.846/2013 (Lei Anticorrupção), em desfavor das entidades
investigadas com indícios de pagamento de propina a agentes públicos, bem como
as entidades classificadas na investigação como de fachada.
Da parte da
AGU, Jorge Messias determinou, segundo o que foi informado, a instauração de
procedimentos preparatórios para ajuizamento de ações de improbidade
administrativa.
"Os
denominados Procedimentos de Instrução Prévia (PIP) investigarão as condutas
dos agentes públicos e das pessoas jurídicas objeto de apuração na Operação Sem
Desconto com vistas à plena responsabilização administrativa dos
envolvidos", disse a pasta.
Ministro
pede demissão
Também nesta sexta, o ministro da Previdência, Carlos Lupi, acertou sua saída do cargo, após se reunir com Lula, no Palácio do Planalto, em Brasília. Em seu lugar, o Planalto anunciou ex-deputado federal Wolney Queiroz, atual secretário-executivo da pasta, indicado pelo PDT, que é presidido pelo próprio Lupi.
A troca no
comando do Ministério da Previdência ocorre uma semana após a Polícia Federal
(PF) e a Controladoria-Geral da União (CGU) deflagrarem uma operação conjunta
que apura um suposto esquema de descontos não autorizados.
A
investigação aponta que as irregularidades começaram em 2019, durante a gestão
de Jair Bolsonaro, e prosseguiram nos últimos anos.
Mudanças no
INSS
O caso já
havia resultado na exoneração do então presidente do Instituto, Alessandro
Stefanutto, e no afastamento de quatro dirigentes da autarquia e de um policial federal lotado em São Paulo.
Deputados de
oposição protocolaram, na última quarta-feira (30), um requerimento de criação
da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar os sindicatos
envolvidos na fraude do INSS.
A PF
informou ter reunido indícios da existência de irregularidades em parte dos
cerca de R$ 6,3 bilhões que a cobrança das mensalidades associativas movimentou
apenas entre 2019 e 2024. Nos dias seguintes, a CGU e o próprio INSS tornaram
públicos os resultados de auditorias realizadas desde 2023, que também
apontavam inconsistências e problemas relacionados ao tema.
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