por Redação 25/04/2025 16:28
Em uma recente fala pública, o senador Alan Rick atribuiu à Prefeitura de Rio Branco parte da responsabilidade pela situação do lixo no estado do Acre. Embora tenha grande respeito pelo trabalho do senador, é necessário fazer alguns esclarecimentos.
A gestão do
prefeito Tião Bocalom, junto ao diretor executivo do Consórcio Intermunicipal
de Resíduos Sólidos, Emerson Leão, vem atuando de maneira séria e responsável
para enfrentar o problema dos resíduos. É importante lembrar que o Consórcio
Intermunicipal é composto por vários prefeitos do Acre, que se uniram para
buscar soluções conjuntas para a questão do lixo em todo o estado.
Em Rio
Branco, a coleta e o tratamento dos resíduos contam com o trabalho fundamental
da empresa ULTRA, que presta um serviço essencial à capital. Além disso, a
Prefeitura e o Consórcio têm se dedicado à formação e fortalecimento de
associações de catadores, envolvendo pessoas em situação de vulnerabilidade
social — como moradores de rua, pessoas monitoradas pela justiça e mães solo —,
oferecendo a essas populações oportunidades reais de dignidade e trabalho. Como
bem afirmou o Papa Francisco, “não há dignidade sem trabalho”.
Entretanto, é importante ressaltar que não basta criar associações se não há mercado comprador para os materiais recicláveis. Em outras regiões do Brasil, onde há indústrias que compram diretamente o material coletado, os catadores conseguem obter bons rendimentos. Aqui no Acre, essa realidade ainda é distante: não temos para quem vender em escala suficiente, e esse fato é atestado por inúmeros catadores locais que são testemunhas dessa dificuldade.
Enquanto
alguns fazem críticas superficiais, os prefeitos do Acre e o diretor Emerson
Leão estão percorrendo o Brasil, muitas vezes em viagens por terra, visitando
projetos em Goiânia, São Paulo, no Centro-Oeste e no Sul do país, buscando boas
práticas e soluções que possam ser adaptadas à realidade acreana.
Resolver a
questão do lixo no Acre não é simples e exige muito mais do que discursos:
exige planejamento, investimento, parcerias e articulação com o mercado
nacional. E é exatamente esse trabalho de base que os gestores municipais, em parceria
com o Consórcio, têm buscado fazer, enfrentando com coragem um problema
histórico da nossa região.
Antes de
qualquer julgamento, é preciso reconhecer e apoiar aqueles que estão
efetivamente tentando construir soluções reais para o nosso estado.
Janes Peteca é ativista social e defensor de projetos de inclusão no Acre.
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