Por redação - O Acre Notícia, 01 de Outubro 2019
Policiais
armados cercaram a sede do Congresso do Peru um dia depois de o presidente
Martín Vizcarra dissolver o parlamento. Um dos congressistas foi atingido por
um cone de trânsito ao tentar entrar no edifício.
Policiais
armados impediram nesta terça-feira (1º) a entrada no Congresso de alguns dos
parlamentares destituídos um dia antes pelo presidente do Peru, Martín
Vizcarra. Além das portas fechadas, havia barreiras de segurança nas ruas em
volta da sede do Legislativo, em Lima.
Os opositores
integrantes do parlamento dissolvido tentaram voltar ao trabalho por
considerarem a medida de Vizcarra ilegal. Em sessão no fim da noite de segunda,
os congressistas chegaram a aprovar a suspensão do presidente e a nomeação da
vice Mercedez Araoz para ocupar o cargo – ato não reconhecido pelo Executivo
nem pelas forças de segurança, incluindo a polícia.
Houve
princípio de confusão em Lima, nos arredores do Congresso. O parlamentar
destituído Carlos Tubino, do partido Força Popular, foi atingido por um cone de
trânsito jogado por manifestantes favoráveis a Vizcarra.
Somente
parlamentares integrantes da Comissão Permanente – grupo que substitui o
Congresso durante a dissolução do Legislativo – puderam ingressar no prédio.
Mesmo assim, alguns congressistas conseguiram entrar mesmo sem integrar o
grupo.
Entenda a
crise no Peru
O presidente
Martín Vizcarra – que não detinha a maioria no Congresso – tentou levar adiante
na segunda-feira uma reforma do modelo de escolha dos juízes do Tribunal
Constitucional. A proposta, considerada pelo Executivo uma medida
anticorrupção, tentava evitar que os oposicionistas controlassem também o
Judiciário.
Ao entrar
com a proposta no Congresso, Vizcarra a vinculou a um voto de confiança – isto
é, caso os parlamentares a rejeitassem, o presidente teria prerrogativa de
dissolver o parlamento.
A
Constituição determina que o chefe do Executivo pode suspender o Legislativo
caso tenha duas moções de confiança do Conselho de Ministro negadas. A desta
segunda foi a terceira em menos de um ano.
No fim do
dia, os congressistas iniciaram uma votação para nomear um novo juiz do
Tribunal Constitucional e não apreciaram a proposta de Vizcarra. Assim, o
presidente considerou que os parlamentares ignoraram a moção e, então, anunciou
que dissolveu o Congresso e convocou eleições para janeiro de 2020.
Porém,
segundos antes do anúncio de Vizcarra, congressistas se apressaram em aprovar a
moção apresentada pelo presidente. Dessa forma, os parlamentares alegaram que o
chefe do Executivo não teria respaldo para dissolver o Congresso.
Momentos
depois, o parlamento aprovou a suspensão temporária de Vizcarra por 12 meses alegando
"incapacidade moral". Em seguida, a vice-presidente do Congresso,
Mercedez Araóz, foi nomeada para assumir a presidência peruana.
No entanto,
ainda na noite de segunda-feira, as Forças Armadas peruanas e a polícia
anunciaram apoio a Vizcarra, que também encontrou manifestações de apoio nas
maiores cidades do país.
G1
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